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Opinião: Sete Minutos Depois da Meia Noite (A Monster Calls), de Patrick Ness



Sete Minutos Depois da Meia Noite (A Monster Calls)
de Patrick Ness
 
Edição/reimpressão: 2015 (2012)
Páginas: 283 (237)
Editor: Editorial Presença (Walker Books Ltd)
 
Resumo:
Passava pouco da meia-noite quando o monstro apareceu. Mas não era exatamente o monstro de que Conor estava à espera...

A escuridão, o vento, os gritos. O mesmo pesadelo noturno desde que a mãe de Conor ficou doente. Tudo é tão aterrorizador que Conor não se mostra assustado quando uma árvore próxima de sua casa se transforma num monstro... Mas só o monstro sabe que Conor esconde um segredo e é o único a estar ao seu lado nos seus maiores medos.

Inspirado numa ideia original da escritora Siobhan Dowd, que morreu de cancro em 2007, Patrick Ness criou uma história de uma beleza tocante, que aborda verdades dolorosas com elegância e profundidade, sem nunca perder de vista a esperança no futuro. Fala-nos dos sentimentos de perda, medo e solidão e também da coragem e da compaixão necessárias para os ultrapassar.

É com ilustrações soberbas que complementam e expandem a beleza do texto que a fantasia e realidade se misturam em Sete Minutos Depois da Meia-Noite

NOTA: Este livro foi comentado na versão original em 2013 pela Catarina, cujas referências à versão original constam na sua opinião, pelo que optámos por manter as duas capas

Cláudia
Rating: 4,5/5
Comentário:
Há uma frase que tenho guardada na mente desde que comecei a ler este livro e me apercebi da temática em causa. E a qual me pôs a reflectir sobre situações do quotidiano às quais infelizmente não conseguimos fugir ou que nos assombram noites mas dias também. Mas antes disso, tenho de elogiar o empenho em trazer para a versão portuguesa as ilustrações espectaculares de Jim Kay que tornam este livro mais do que uma obra de arte, uma articulação entre o nosso passado de crianças com uma vida adulta fugaz e rapidamente sucedânea, sendo um livro que é semelhante ao mundo infantojuvenil dos contos, mas que é no entanto um livro para todas as idades e e escrito como tal. 
A reflexão na qual dei por mim a pensar passa pelo reafirmar dos vários monstros com os quais nos podemos deparar vida fora. Os monstros escondem-se nos armários e nos pesadelos, os monstros escondem-se atrás de portas e em livros infantis, os monstros escondem-se atrás de mentiras e de agonias,os monstros escondem-se atrás de pessoas mas também nos nossos medos e aflições.
E será um monstro assim, com todas ou só algumas destas características que irá visitar Connor e ajudá-lo (ou transtorná-lo?) numa fase menos fácil da sua curta vida de 13 anos. Este é um livro cheio de lirismos e analogias, com uma manobra das áreas cinzentas das nossas condutas sociais e da nossa consistência existencial que não permite que lhe fiquemos indiferente. Surgem questões, dúvidas e reflexões à medida que contos com potencial fundamento moral nos despertam para o nosso próprio posicionamento perante situações adversas. É um livro que não tem medo de abordar temas difíceis, mas que o faz para além do clichê, com uma dose de sensibilidade e crueza, de realidade mas também de conforto e que reforça a premissa de que somos muitos dentro de um só, e que nem sempre existe um certo ou errado. Só sentimento e encontro.
E sinto também que não posso alongar-me mais nesta opinião para não quebrar o selo mágico que envolve este livro e que tem (deve!) ser descoberto pessoalmente por cada um/a. Maravilhoso, é a única coisa que posso dizer.

Catarina
Rating: 5/5
Comentário:
Patrick Ness é, tal como Jonh Green, um dos grandes nomes actuais do género YA. Conhecido pela saga distópica Walking Caos (vivamente recomendada aos fãs de Maze Runner - Correr ou Morrer) que conta com mais de 1600 páginas, Ness é um dos primeiros nomes referidos sempre que são pedidas recomendações de YA. Isto acabou por criar em mim uma certa curiosidade em relação ao autor e quando apanhei um dos seus livros mais pequenos numa das lojas de caridade que frequento acabei por lhe deitar a mão.
A Monster Calls é a história de Conor, um rapaz que é visitado por um monstro todas as noites. Este Monstro quer algo de Conor, algo aterrador, a verdade. E para a conseguir vai contar a Conor três histórias, sobre alturas em que se ergueu para falar com outras pessoas, no fim das suas histórias, Conor terá de lhe contar a dele e com ela a verdade.
A capa deste livro é maravilhosa, o efeito de chuva sobre as letras e as cores claras são um bom prenuncio para a história e é sem dúvida uma capa que combina com o conteúdo. Como escrevi várias vezes durante a minha leitura no GoodReads, A Monster Calls lê-se como poesia. A escrita de Patrick Ness é fluída, livre e poética. Toda a história em si tem um certo sabor a algo místico / mágico apesar de todo o seu lado realista e doloroso.
Esta é uma história sobre crescer em ambientes adversos, a mãe de Conor está doente e está a lutar para se manter viva enquanto Conor luta para tentar não cansar a mãe e sobreviver ao bulling na escola. Esta é uma história que tem os seus altos e baixos e que nos toca por soar tão real e perto como magica e distante.
O facto de ter começado a recomendar este livro ainda antes de o acabar selou o seu destino como um dos melhores livros do ano e as lágrimas que verti no fim apenas confirmaram esta verdade. Saí daqui com 5 estrelas e o meu selo de recomendação. Vejam o trailer do livro em inglês aqui.
 

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